26 de fevereiro de 2011

Dois lados


Ela não acreditava, quando parava e olhava para trás, dentro de sua memória, ela não acreditava. Ela sorria ao lembrar de que as coisas estavam diferentes, e que aquela angústia havia se tornado passado. Que agora tudo estava okay. Ela chorava ao lembrar de que as coisas estavas diferentes, e de que o motivo daquela angústia havia também se tornado passado. Que agora tudo estava down. Ela não quer mais lembrar de nada, quer curtir as noites, ver o dobro de estrelas, de tão tonta. Quer dançar sem parar, gritar, pular e ser tudo o que sempre quis. Ela quer lembrar de tudo, quer curtir a solidão da noite, ver a lua solitária já meio embaçada, de tanto chorar. Quer reviver, buscar, lastimar e voltar a ser tudo que já não é mais. Ela quer dar uma chance ao futuro. Ela quer dar mais uma chance ao passado.
Ela está bem, mesmo confusa, ela está bem. Pra quem acha que ela sou eu, não é não. Ela é todas. Por que isso é praxe. Garotas passam por isso, quase que o tempo todo. Lutam consigo mesmas. Uma luta que dói e faz enlouquecer. Que faz com que palavras sejam ditas sem querer, que beijos sejam dados sem querer, que coisas que não existem sejam interpretadas. Você que ainda não sabe que é assim, acostume-se, não vai mudar. Essa luta entre passado/presente, certo/errado, bom/ruim é eterna dentro de cada uma de nós. E não reclamo, ser assim torna a todas nós mais fortes, conscientes, bonitas e misteriosas. Você nunca saberá a qual dos lados dessa luta nos iremos ceder, nunca saberá.

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