19 de outubro de 2011

Reza a lenda que a gente nasceu pra ser feliz


Sempre aprendi que a felicidade é a razão de estarmos aqui, vivos. Nos comerciais de margarina, sempre pregaram à mim e acredito que a maioria das pessoas que felicidade é o ideal o qual todos nós devemos lutar. Porém agora vejo o quanto essa "felicidade" pode ser questionada e relativa, afinal do que é composta a felicidade?
Nem sempre é fácil descobrir o caminho que o leve a sorrir todos os dias ao acordar, por saber que sua existência é plenamente o que você sempre sonhou. E então, quando encontramos o que nós faz realmente felizes, também descobrimos que o mundo quer mais do que o nosso coração.
Comerciais de margarina são puro marketing. O Sol atravessando a vidraça, o coraçãozinho no pão, a aliança no dedo. Parece ser tão simples ser feliz, mas são só comerciais, e eles querem vender a margarina, ganhar seu coração.
Posso parecer um tanto quanto ingrata, revoltada e até mesmo idiota. Mas realmente acho que o mundo é injusto. Por que para sermos alguém na vida não podemos ser o que queremos? Por que é preciso sacrificar os momentos de prazer e estudar algo sem importância alguma para a construção de um mundo melhor? Por que pais passam o dia longe de seus filhos? Por que as férias são tão pequenas?
Mais uma vez cito o mesmo autor de sempre, volte ao título, leia e pense. É lenda ou é realidade? Mito ou verdade? Você vai viver no mundo das pessoas que acreditam que vale a pena ou simplesmente continuar a comprar a mesma margarina?

15 de outubro de 2011

Longe demais das capitais

Sempre almejei realizar meus sonhos, com muito esforço, trabalho e dedicação. Sempre me mantive forte diante as opções, sempre escolhi o que me levava em direção à realização de tudo que sempre quis. Mas agora é tão estranho. Me parece que pela primeira vez há uma força que me faça duvidar de tudo que sempre quis, essa força é o amor. É duro quando o amor e o sonho estão distantes.

As capitais são longe daqui, eu não sou daqui, meus sonhos não estão aqui. Mas o amor está, e dói saber que terei de ir pra longe para ser o que eu sempre quis ser. Queria que a tua presença fizesse parte daquelas ruas, queria que a força da tua presença estivesse lá também, mas as coisas não serão da forma que gostaríamos que fosse.

Ah Meu Deus, por que essa distância mais uma vez interferindo na minha vida? Por que o dono dos meus sorrisos não pode me acompanhar para onde irei? Por que as coisas tem que ser tão difíceis?

Ainda não sei bem ao certo que destino minha vida tomará. Não sei com certeza o que acontecerá nos próximos meses, mas a presença dessa angustia, desse medo de ir pra longe do amor me consome, me faz chorar sozinha de saudade de quem está ao meu lado. Já estou morrendo de saudades.

2 de outubro de 2011

Apelo

Pensar não pode ser algo tão difícil como algumas pessoas insistem em provar à todos que é. Não pode ser tão chato tentar entender o mundo, entender seu papel e os "Por que's?". Prefiro acreditar que isso faz parte de uma fase, que isso tudo passará e então teremos pessoas conscientes e inteligentes, merecedoras de respeito e consideração. Por que se assim não for, meus caros, estamos todos fodidos.

Com o coração..

Agora, mesmo que muito nova, mas já passando da fase da vida que dizem que construímos nosso caráter, enxergo, com mais lucidez e calma, quem fui e quem sou. Quem serei é um questão a qual não me atenho mais, já que meu futuro pertence ao sistema, preciso de uma graduação. Mas, distante dessa linha de pensamento, agora talvez entenda os motivos de ter sido a criança, a pré-adolescente e a adolescente que fui e sou.
Ter sido sempre a "filha do", ter tido sempre facilidade para aprender e bom relacionamento. A criança que tinha a família, a igreja, a escola, o mercado, tudo em um mesmo bairro, algumas quadras e uma cidade inteira ao redor. A guria que virou menina quando se mudou para o norte do país, lá ninguém é guria. Lá era uma menina branquinha do sul, quieta, pálida. Uma menina que aprendeu a criar seu próprio mundo. Então, quando voltou para sua cidade, longe daquelas ruas, daquele bairro, já não era mais a guria. Era a menina, e as pessoas não entendiam de onde ela tinha vindo, ela era Rondoniense ou Gaúcha? Foram bons dois e anos e oito meses. Uma escola legal, amigos legais, ela estava virando uma mocinha, já estava na sexta série quando sua vida mais uma vez mudou. Leiti, virou leite. Chocolati, virou chocolate. E a guria, que já estava acostumada a recorrer ao seu mundo quando se encontrava em apuros voltou a sua redoma, até que então descobriu que morar em um lugar que se pode fazer tudo apé não é tão ruim, e dá mais tempo pra conversar e conhecer as pessoas. E ela conheceu. Conheceu uma linda ruivinha, conheceu seus colegas que dividem o mesmo caminho a cinco anos, conheceu o amor, nesse mesmo caminho. Então o seu mundo, e o mundo real já e misturavam de forma natural. Suas ilusões, projeções e sonhos se misturavam com o real caráter e ações das pessoas. Mas então chega uma hora que as coisas voltam aos seus lugares, mundo real dói, o mundo da menina é só dela. Entendeu então que é mais difícil dividir as coisas, mas é mais sábio. Entendeu que as pessoas tem histórias muito diferentes da sua, e você não as entende, assim como as pessoas não entendem a sua.
Sem "Por Que?", "Como?", "Onde?". Ela apenas é a guria que perdeu as chaves do seu mundo, só ela vê as cores e a intensidade dele. Não é menina, nem guria. É a Júlia, aquela que tem um nome comum, que você não vê nada de diferente. Mas que esconde um segredo, que na verdade nem dela é: "Só se vê bem com o coração."