31 de março de 2011

Mais do que nunca, merece ser escrito.



Pronto, agora já podemos parar com toda essa brincadeirinha vida, mundo, Deus, destino.. ou quem for o responsável por tudo isso, tudo isso que não me deixa mais eu ser quem eu sou. Eu, que sempre fui defensora da alegria, parceiria, amizade, e aqueles momentos que nos fazem acreditar que a eternidade existe. Mas agora só me sinto assim em nostálgicos momentos que não me deixam. E esses momentos são quando vejo fotos, ouço músicas, leio bilhetinhos antigos. Só assim que me lembro como eu realmente sou, e nem assim consigo, por que choro, e chorar de tristeza, quando se é feliz, não é felicidade. Pra onde foi minha vida de um ano atrás? E não falo só de amor, não falo só do idiota mais íncrivel que já conheci, e que não sei esquecer, mesmo depois de ter virado minhas costas e ido embora. Mas eu falo da minha vida em si. Falo dos meus amigos, que são outros. Os antigos, mudaram. E os novos, não se encaixam. Falo daquelas minhas amigas que foram pra longe, que estavam comigo em todas as manhãs, que me ouviam, me davam conselhos, e me ensinavam a ser forte, mesmo sendo a mais nova. Eu falo daquele melhor amigo de longe, que me mantinha encantada a anos, e que agora virou sapo, ele era príncipe.. agora a magia terminou. E o meu incrível número oito, aquele que representa a eternidade, a confiança, o infindável, onde foi parar aquela promessa de amor eterno e tatuagem na pele?


Continuo aqui, mesma cidade, mesma escola, mesma rua, mesmo prédio e apertamento. Mas onde está tudo? Onde está toda aquela intensidade que me deixava na vontade de ficar acordada vinte e quatro horas por dia, pelo simples fato de ter coisa demais pra viver, sentimento demais pra sentir e histórias demais para contar depois. Seja o que for, seja culpa do mundo, das pessoas, ou minha. Talvez nem seja culpa, talvez seja um favor, talvez tenha que ser assim mesmo. Quem sabe esse seja o ciclo de maturidade que tanto falam. Mas se for, eu não quero. Me recuso a ter que renunciar a tudo que sempre me fez bem, que sempre foi meu chão e minha certeza de dias felizes e risos constantes. Até quando eu terei de viver a mercê de lágrimas que parecem sempre prontas para começar a cair? Por que por mais que eu sorria, e eu sorrio, parece que sempre corro o perigo de ser surpreendida com a trágica impressão de que tudo é fingimento, e de que tudo que foi, nunca mais será.

Um último pedido: tudo! Quero tudo o que me revoltava e me fazia chorar quando meus pais não me deixavam sair, quero todas as jantas, todos os meus segredos, quero todas as piadinhas constrangedoras, quero a certeza de que tenho sete amigos pra sempre, quero de volta aquela mão que se entrelaçava a minha todo dia. O pacote completo. E agora, pensando em como tudo mudou, e como eu mudei. Eu sei, e dói saber, que talvez a culpada de tudo seja eu. Então é isso, um pedido de perdão. Quem fui está chorando de tristeza e saudade, quem eu sou está pedindo perdão arrependida. Essas duas 'eu' estão se entendendo, fazendo as pazes, com o tempo tudo voltará ao normal. E eu farei o possível pra ter de volta tudo o que sempre me fez ser a melhor parte de mim.

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