Continuo aqui, mesma cidade, mesma escola, mesma rua, mesmo prédio e apertamento. Mas onde está tudo? Onde está toda aquela intensidade que me deixava na vontade de ficar acordada vinte e quatro horas por dia, pelo simples fato de ter coisa demais pra viver, sentimento demais pra sentir e histórias demais para contar depois. Seja o que for, seja culpa do mundo, das pessoas, ou minha. Talvez nem seja culpa, talvez seja um favor, talvez tenha que ser assim mesmo. Quem sabe esse seja o ciclo de maturidade que tanto falam. Mas se for, eu não quero. Me recuso a ter que renunciar a tudo que sempre me fez bem, que sempre foi meu chão e minha certeza de dias felizes e risos constantes. Até quando eu terei de viver a mercê de lágrimas que parecem sempre prontas para começar a cair? Por que por mais que eu sorria, e eu sorrio, parece que sempre corro o perigo de ser surpreendida com a trágica impressão de que tudo é fingimento, e de que tudo que foi, nunca mais será.
Um último pedido: tudo! Quero tudo o que me revoltava e me fazia chorar quando meus pais não me deixavam sair, quero todas as jantas, todos os meus segredos, quero todas as piadinhas constrangedoras, quero a certeza de que tenho sete amigos pra sempre, quero de volta aquela mão que se entrelaçava a minha todo dia. O pacote completo. E agora, pensando em como tudo mudou, e como eu mudei. Eu sei, e dói saber, que talvez a culpada de tudo seja eu. Então é isso, um pedido de perdão. Quem fui está chorando de tristeza e saudade, quem eu sou está pedindo perdão arrependida. Essas duas 'eu' estão se entendendo, fazendo as pazes, com o tempo tudo voltará ao normal. E eu farei o possível pra ter de volta tudo o que sempre me fez ser a melhor parte de mim.
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