"De uma hora para outra minha garganta secou, senti uma falta cordialmente na minha voz, forcei uma simpatia que não estava sentindo. Bateu um ódio retroativo, tive vontade de empurra-lo contra a parede e dizer escuta aqui, não há nada te incomodando?, você não tem chorado?, não se dá conta da meleca que fizemos?, a vida segue razoável?, então você é mesmo um cara cordato?, então eu é que sou louca e fico ruminando dia e noite sobre se foi uma decisão acertada ou se foi precipitação nossa?
Tá tudo bem com você? Foi a única coisa que eu perguntei, simpaticamente: tá tudo bem com você, Gustavo? Ele respondeu: a gente se acostuma.Agora éramos amigos. O que sempre fomos. Foi isso que nenhum de nós se atreveu a admitir."
Quando digo que Martha Medeiros fala por mim, é a isso que me refiro.
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