17 de abril de 2011

Página 100

"De uma hora para outra minha garganta secou, senti uma falta cordialmente na minha voz, forcei uma simpatia que não estava sentindo. Bateu um ódio retroativo, tive vontade de empurra-lo contra a parede e dizer escuta aqui, não há nada te incomodando?, você não tem chorado?, não se dá conta da meleca que fizemos?, a vida segue razoável?, então você é mesmo um cara cordato?, então eu é que sou louca e fico ruminando dia e noite sobre se foi uma decisão acertada ou se foi precipitação nossa?
Tá tudo bem com você? Foi a única coisa que eu perguntei, simpaticamente: tá tudo bem com você, Gustavo? Ele respondeu: a gente se acostuma.
Agora éramos amigos. O que sempre fomos. Foi isso que nenhum de nós se atreveu a admitir."



Quando digo que Martha Medeiros fala por mim, é a isso que me refiro.

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