13 de abril de 2011

Aula de história


Enquanto esperava pacienciosamente os minutos daquela aula de história passarem, fingia se interessar pelos Estados Unidos do século XIX, quando na verdade queria mesmo era saber o que se passava naquelas cabeças ao seu redor, pensamentos os quais ela aposta que Abrahan Lincoln não fazia parte. As idades já não dão muitos indícios de pensamentos além das divisas dessa cidade. Ela acredita que naquelas cabeças se passavam coisas do tipo: Quero aquele vestido! Será que eu fico com ele? Qual o nome daquele filme mesmo? Merda, o que eu to fazendo aqui! Nunca vou saber isso na prova! E por aí vai a grande lista.. Enquanto ela só conseguia pensar em por que tudo isso? Por que agora tentar entender tudo? Esse não era pra ser o ano da curtição, avacalhação e não pensar nas conseqüências? Esse era pra ser o ano do só vai! Mas não ta indo, empacou! E ela, ela tenta puxar a carroça sozinha. Mesmo entre tropeços, paradas e acidentes. Ela insiste em lutar por tudo o que sempre foi verdade inquestionável, e agora não passava de coleguismo barato, falsidade e olhares cansados.. loucos para voltarem pra casa e dormirem enquanto a televisão mostra imagens coloridas, que não condizem com a realidade.
E ela se pergunta, sem cessar! Onde foi parar o futuro tão sonhado e planejado? Onde foi parar o amor, aquele sentimento que fazia encher os olhos só de pensar no fim. E o fim a cada dia está mais perto. Só mais meio ano e The End. É, e ela parece ser uma das únicas pessoas com consciência disso! E ela sofre tanto por dentro, ela parece feliz, contente, até tranqüila. Mas ela sempre foi boa em interpretação, quando pequena ela até queria ser atriz.
Ainda na aula de história, ela abaixa a cabeça e deixa uma lágrima escorrer, ela finge estar com sono, é.. caso perguntarem é o sono! Lágrimas não são bem-vindas quando se está no meio de gente que espera por um momento de fraqueza para jogar na cara tudo o que se quer evitar. Ela já sabe de tudo o que errou e acertou, está tudo a pratos limpos com sua consciência. Mas e o resto? Ela queria mesmo era resolver tudo com todos, e poder sorrir com naturalidade, verdade e paz interior! Queria acreditar que tudo ali, por mais que terminasse em seis meses, se tornaria uma lembrança bonita, emocionante.. que trouxesse uma nostalgia mágica! Mas para isso, teria de ser verdade o suficiente para ficar gravado na memória, por que dizem que com o tempo esquecemos o que faz sofrer, para ficar só com as lembranças boas em mente. Mas para onde foi tudo? Que direção tomou?
Era o A e o B, e assim um. Agora é um, e mais do que nunca é o A e o B. Não, A e B não, é uma confusão, um ajuntamento desordenado de gente que está ali por que é obrigado. Não era assim, pelo menos ela acreditava que haviam motivos que transcendiam tudo isso, pelo menos era o que parecia ser.
E amanhã outra aula de história. Cheia de piadinhas, risadinhas e cochichos. E amanhã outra vez aqueles rostos cansados, aquela gente com sono, aqueles mesmo assuntos e pensamentos voando em direção a toda a futilidade que tomou o lugar de sonhos e planos.
Em pânico, é assim que ela está!

Um comentário:

  1. que mágico *__*
    Pareçe até que suas palavras eram direcionadas á mim.Muuito lindo!
    beeijo beijo ;*
    ps:http://prasempremeninas.blogspot.com/

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