16 de julho de 2012

Prato principal

Desde nova o amor foi algo fascinante e amedrontador para ela. Querer aquilo que não estava ao seu alcance sempre foi o normal. Não é tão triste amar e não ser amada quando se tem menos de quinze e já faz parte da vida. Fica estranho quando o sentimento se vai, e toda aquela expectativa vira liberdade. E então pela primeira vez ela amou um amor vai-e-vem-todo-dia-toda-hora. Ser amada passou a fazer parte de sua vida, toda a liberdade virou dedicação. Ao descobrir que o amor podia sim ser uma via de mão dupla se viu hipnotizada. Como por tanto tempo viveu aquele feliz não amor? Aquela história deixava claro que o amor estava apenas sendo descoberto, por ela que se sentia a leitora de corações. Mas quando você cresce fisicamente, tudo cresce proporcionalmente. Alegria, problemas, saudades. Ela entendeu que a simplicidade dos momentos eram o que tinha de mais precioso, entendeu que a insegurança foi sempre o melhor professor. Entendeu que o amor traz dúvidas, frustrações e decepções, mas mesmo assim não deixa de ser amor. Entendeu que para o amor não existem limites, mas por ser cara & coroa também existe a tolerância. Essa sim limita-se com o passar do tempo e a quantia de desculpas dadas. Para ela é triste ver que enquanto se cresce certos conceitos limitam-se cada vez mais. A simplicidade tão rica e preciosa é cada vez mais escassa, assim como a claridade nos olhares, o acolhimento dos que cercam. Mas amor, este sempre existe.. o assustador são os acompanhamentos.

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