Diga a verdade ao menos uma vez na vida.
28 de dezembro de 2012
Em alguma parte do caminho me perdi de mim mesma, minhas impressões falaram mais alto do que eu sou. E assim eu me tornei tão autêntica que não saberia descrever a mim mesma. O mundo nos reserva tanto conhecimento que a cada dia, quando deitamos a cabeça no travesseiro, somos outro. E entender que mudar é a essência do ser nos completa de forma que passamos a entender a nossa transformação mesmo sem sermos os agentes dela. Apenas a obra nas mão do artista.
7 de novembro de 2012
(b)ônus
A eterna busca de sermos quem idealizamos ser. Procuramos brechas no destino onde encontremos nosso reflexo mas nítido. Onde possamos nos ver com clareza e satisfação. Ser quem podemos e queremos ser. Então entre essas brechas surgem também os becos. Nos perdemos entre possíveis atalhos que se transformam em desvios que tornam a caminhada mais longo e consequentemente com grandes aprendizados. O ônus e o bônus lado a lado. Ser quem idealizamos ser é uma ilusão, uma utopia. Somos os atalhos e as estradas. Somos a escolha do percurso e os olhos com que vemos a paisagem. Gravamos na memória nossas impressões e essas formam nosso ser mais essencial.
6 de outubro de 2012
Simplesmente e completamente.
Era quinta-feira e tudo parecia como antes, exceto a poluição visual que vem com todo processo eleitoral nas cidades em que existe segundo turno. Naquela tarde, daquele dia em que acordei afundada entre lágrimas e saudades, caminhava pelas ruas distantes da realidade. Já não reconhecia mais nessa cidade os sentimentos que outrora em mim habitavam. Chorei por estar e não por inteiro.
Sempre gostei das quintas, mas aquela me pareceu com uma melancolia ímpar. Saber que na semana passada estava com as pessoas que amo me fez sofrer e me sentir só, no meio de uma multidão, panfletos, jingles e placas com pessoas sorridentes.
A quinta passou e hoje tudo parece mais claro e menos embaçado pelas lágrimas. Hoje foi um dia agradável, mas mesmo assim um tanto quanto triste. Não estar por inteiro é uma sensação terrível, uma nova lição para a vida. A partir de hoje todas as vezes que eu estiver pela metade vou mudar. Estar ou não estar. Simplesmente e completamente.
Toda a maturidade que sempre acreditei levar como grande característica vem destruindo-se a cada nova lição. Tudo que eu já teorizava com orgulho e certa certeza se desmancha diante a vida real.
Sonhos de ontem, realidades de hoje. Então o sonho não é tão bonito e vem outro e outro e outro. A vida segue. Busquemos, mas que a busca seja feita com nosso eu inteiro. Não um para cada lado, que as buscas sejam de corpo e alma. Com força e sentimento.
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